domingo, 20 de novembro de 2011

PRIMEIRA FASE DO UNIVERSO

No início era o CAOS

CAOS gerou TÁRTARO

CAOS gerou TREVAS que gerou ÉREBRO (que gerou ÉTER) e NIX (que gerou HEMERA)


CAOS e GÉIA uniram-se e geraram:

!) TITÃS
2)TITÂNIDAS
3) CÍCLOPES
4) HECATONQUIROS

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Simples Assim...

Comparo sempre o computador com nosso cérebro. E uma imagem que me agrada: cérebros têm ícones, atalhos que, uma vez acionados, podem desencadear processos muito importantes para nosso crescimento. E se acionássemos estes atalhos com simples fotos de pessoas com quem temos pendências e não conseguimos resolver? E se este diálogo fosse travado com fotos no computador? Não teríamos uma simulação que nos transportaria a uma sensação de estarmos tendo uma conversa "on line"? É muito simples mesmo: podemos conversar até com os mortos! Quantos diálogos intermináveis ruminamos e que nos mantêm numa prisão?! Não custa tentar. Coloque então uma foto de uma pessoa com quem tem qualquer tipo de pendência e converse com ela. Poderá também escrever este diálogo e você poderá usar uma espécie de imaginação ativa e falar com sua voz e a do outro. Provavelmente você esconde dentro de você o que seria a resposta do outro, o que seria o outro em nós.

sábado, 25 de junho de 2011

O MITO DO ANDRÓGINO (um resumo)





Do Mito da Caverna, do Banquete de Platão, o Mito do Andrógino nos coloca que a humanidade era formada por homens, mulheres e os andróginos.
O andrógino seria um ser redondo, metade homem, a outra metade, mulher. Eram seres completos, felizes e tornaram-se auto-suficientes, se imaginavam similares aos deuses do Olimpo. Claro, os deuses não gostaram, ou talvez, os andróginos fossem tão felizes, que provocaram a ira e a inveja dos deuses, o certo é que Zeus resolveu cortá-los ao meio. Desde este dia, as duas metades se procuram para que, através de um abraço, num encontro amoroso, sintam a plenitude que conheciam.

Este mito aponta também para o caminho que Jung chamou de individuação, quando cada ser encontra sua contra-parte interna, realizando o encontro dos opostos, produzindo desta forma, a totalidade.

Podemos encontrar externamente seres que nos completam e nossa felicidade maior é quando encontramos no Outro, a expressão da nossa contra-parte interna.

Sendo assim, segundo Jung, a contra-parte do homem, sua mulher interna, chamou de ANIMA e à contra-parte interna da mulher, ele chamou de ÂNIMUS.

Desde que Zeus produziu esta separação e Apolo arranjou cada parte e os órgãos genitais foram expostos à frente do corpo, para facilitar o encontro sexual, a humanidade inteira busca a sua contra-parte no Outro e a este anseio, que jamais poderá ser inteiramente satisfeito, chamamos de AMOR.


sábado, 4 de junho de 2011

Na Cama com um Fantasma

Quase quarenta anos como psicanalista e “nada do que é humano me é estranho”. Como? Alguém já disse isto? Calma! Não posso fazer um empréstimo? Se antes era esquisito, hoje sou o primo do ET. Minha mulher me largou há cinco anos. Claro, não me aguentou.
Final de sexta-feira, doido por uma cervejinha gelada, entra em meu consultório uma quarentona, baixinha, gordinha, solteira, parecendo uma ex-hippie.
-Tudo bem?
-Preciso de sua ajuda, doutor. Estou apaixonada por um...homem.
-E então? É casado? Gay?
Ela é funcionária pública, desabitada, fumou muito “baseado”.
-Mas só “baseado”, doutor. Andava muito só, doutor. Sem amigos, sem família...pensei: quem sabe consigo conversar com os mortos.
Montei o circo: vela, incenso, toalha branca ...
-E daí?
-Nada. Parei de fumar maconha. Talvez as entidades não suportem ilegalidades.
-E?
-Mesmo sem aparecer ninguém, comecei a curtir aquele ritual. Até que um dia...
Que agonia, my God!
-Um dia, doutor, entra um ser baixo, gordo, os cabelos, puro desalinho. Conheço este olhar que me mete medo.
Comecei a acompanhar o caso porque achava divertido e confesso, estava curioso.
-O fantasma, doutor, ficou sentado e calado. Contou que é alemão.
Não me pergunte como, cara, mas eles se entendem. Todos os dias ele aparece à mesma hora, no mesmo “bat lugar”.
-Doutor, quando viu meu velho piano de família, ficou emocionado. Tocou. Tocou-me. Tocou a toda vizinhança!
São íntimos, rapaz.
-Um dia insisti tanto que revelou sua identidade. É por isso que estou aqui, doutor. Coitado! Pensa que é Beethoven.
Imagine a encrenca. A princípio, penso que ela, Mariana é a paciente. Virei psiquiatra de fantasma, além de tudo psicótico: pensa que é Beethoven. E o que é pior: ele me convenceu. Só pode ser Beethoven o tal de fantasma e eu, um psiquiatra doido. Acredite, ela me convenceu. Fui a casa dela para tratar a alma sofredora. Não sendo médium, não o vejo, não o escuto, mas juro, cara, vejo as teclas do piano tocando sozinhas e fico arrepiado de medo. E a beleza da música me surpreende.
A surdez de Beethoven? Essa foi sua redenção – após a morte, voltou a ouvir.
Apaixonadíssimos, Mariana e o Fantasma, aqui, já com F maiúsculo. Ele quer tocar Mariana e me torno veículo e o incorporo e por ele, faço amor com Mariana. Logo eu, incrédulo em outra vida, morrendo de medo, recebo o Beethoven. Tudo pelo paciente.
Ele é um romântico, pura libido. Fazemos, assim, amor a três. Que cumplicidade!
A partir de então, nunca mais me preocupei com rótulos, definições, limites, tudo o que aprendi, inclusive a ética que mandei “pras cucuias” e só penso em viver. Sou bissexual, psicótico? Talvez. Dane-se. Casei com Mariana.
Se pensar muito, assino minha própria guia de internação. Até aqui, fui pura racionalidade. Hoje sou só ensaio.
Há pouco, tirava gente da loucura, esvaziando-as de seus sonhos e potências.
Somos paixão: Mariana, eu e Beethoven. A vida conspira a nosso favor. Casamos. Mariana nunca foi tão sedutora e mulher, conforme ela mesma relata. Um garanhão nasceu em mim, quando achava que a impotência me arruinara. Fantástico Fantasma, Beethoven, dele nunca tento subtrair essa massa informe de sentimentos cristalizados e caóticos, mola propulsora de toda criação. Continua imenso na música. Você acha que vou tentar apaziguá-lo? Como comporia a Nona Sinfonia sem este amor sem fronteiras?
Sintonizamos Beethoven com a atualidade. Na dimensão em que vive, não é fácil metabolizar o binômio cruel que a morte nos tira, espaço-tempo.
Quando triste, sua música nos sensibiliza. Nos momentos de maior contato e ternura, explodimos os três num êxtase desumano.
Somos felizes na cama com Beethoven!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

A MULHER E SEU PASSADO

A mulher e seu passado - Rubem Braga
Ela conta a história de uma freira que a atormentava no internato, em seu tempo de menina; de um homem que a fez viver longamente entre o desespero e o tédio, a revolta e a humilhação. E fica meio magoada porque a tudo eu sorrio, porque eu não pareço participar do sentimento com que ela fala contra essa gente que passou. Afinal ela também sorri: “Você é meu amigo ou amigo da onça?”

Sou seu amigo. Mas rico ri à toa, eu me sinto vertiginosamente rico porque essas histórias, alegres ou tristes, ela me conta de mãos dadas, junto de mim. Digo-lhe isso; mas não lhe confesso que aprovo e abençôo todas as coisas e pessoas que povoaram seu passado, e tenho vontade de dizer:

“Benditos teu pai e tua mãe; benditos os que te amaram e os que te maltrataram; bendito o artista que te adorou e te possuiu, e o pintor que te pintou nua, e o bêbado de rua que te assustou; e o mendigo que disse uma palavra obscena; bendita a amiga que te salvou e bendita a amiga que te traiu; e o amigo de teu pai que te fitava com concupiscência quando ainda eras menina; e a corrente do mar que te ia arrastando; e o cão que uivava a noite inteira e não te deixou dormir; e o pássaro que amanheceu cantando em tua janela; e a insensata atriz inglesa que de repente te beijou na boca; e o desconhecido que passou em um trem e te acenou adeus; e teu medo e teu remorso a primeira vez que traíste alguém; e a volúpia com que o fizeste; e a firme determinação, e o cinismo tranqüilo, e o tédio; a e a mulher anônima que vociferou insultos pelo telefone; e a conquista de ti por ti mesma, para ti mesma; e os intrigantes do bairro que tentaram te envolver em suas teias escuras; e a porta que se abriu de repente sobre o mar; e a velhinha de preto que ao te ver passar disse: “ moça linda..”; bendita a chuva que tombou de súbito em teu caminho, e bendito o raio que fez saltar teu cavalo, e o mormaço que te fez inquieta e aborrecida, e a lua que te surpreendeu nos braços de um homem escuro entre as grandes árvores azuis. Bendito seja todo o teu passado, porque ele te fez como tu és e te trouxe até mim. Bendita sejas tu.”

Abril, 1964.


Depois que li esta belíssima crônica de Rubem Braga, pensei:
Bendito seja Rubem Braga que nos brindou com tão belo texto;
Benditos sejam nossos olhos e nossa capacidade de ler,
Bendito seja este espaço, onde partilho tanta beleza com você.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

EROS E PSIQUÊ (POR FERNANDO PESSOA)

Conta a lenda que dormia
Uma princesa encantada
A quem só despertaria
Um infante que viria
De Além do muro da estrada.
..........
A princesa Adormecida,
Se espera,dormindo espera.
Sonha em morte a sua vida.
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
...........
Mas cada um cumpre o Destino-
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
..........
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça em maresia,
Ergue a mão, e encontra a hera,
E vê que ele mesmo era,
A Princesa que dormia.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sobre o boi e o homem do último Mito

Citamos dois mitos diferentes e que mostram o mesmo tema. Um mito, o labirinto e o minotauro pertence à mitologia grega e o último é oriental e não lembro exatamente em que livro o encontrei.
O mito grego, já discutido aqui, fala do labirinto onde encontra-se o minotauro.
O minotauro é em parte um touro e o mito oriental representa esta parte desconecida dentro de nós mesmos a nos ameaçar e nos dominar por um boi, ou talvez fosse um touro. No minimalismo oriental o mito é representado como uma história em quadrinhos e mostra o homem espreitando o touro (ou boi).

De qualquer maneira, os dois mitos têm em comum a representação de forças instintivas profundas do ser por animais, ou monstros...

Jung chamou estas constantes mitológicas de inconsciente coletivo.

Partes de nós que compreendemos pouco e que nos assustam com o seu poder estão assim representadas nos dois mitos: o TOURO é o desconhecido em nós.

Não sou eu quem decide comer compulsivamente, ou beber, ou fumar, ou usar drogas...
Algo dentro de mim, mais forte que eu, bestial,que interage comigo e me domina, não me permite fazer escolhas é o outro em mim e é ele que age por mim. Sou refém deste touro, deste minotauro.

Há anos olho desconfiadamente o touro na floresta dentro de mim. Ele é poderoso!
Ele vem ganhando faz tempo.

Então decido: vou laçar o touro, vou domá-lo, submetê-lo. Aí eu laço o touro. Ele reage e fica furioso e mesmo com medo eu seguro a corda. Ficamos assim muito tempo, disputando o poder.

Quando em dado momento, o touro se cansa, monto nele e o submeto: Agora quem manda aqui sou eu! Você me obedece de hoje em diante. Gastamos muita energia nesta briga que agora é silenciosa.

Agora brigamos menos. Resolvo desmontar e começamos a caminhar pela floresta, lado a lado com o meu touro. É um diálogo longo e cheio de silêncios. Aos poucos, fazemos as pazes e até descobrimos um afeto mútuo. Vivemos em harmonia.

Até que um dia descubro que somos um só. Integrei o touro, enfim.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

UM MITO ORIENTAL

Lembrei de um belo mito oriental e resolvi compartilhar:

A apresentação do mito era através de desenho em quadrinhos.

Primeiro quadrinho: o homem olha o boi e os dois desconfiam um do outro.

Segundo quadrinho: o homem se aproxima com um laço e laça o boi.

Terceiro: o boi foi laçado e tenta fugir, fica irritado. O homem consegue segurá-lo.

Quarto: o homem, não contente de manter o boi laçado e imobilizado por ele, monta o boi. Completou o domínio do homem sobre o animal.

Quinto: o boi fica muito irritado e tenta derrubar o homem. Após um tempo, o boi se submete.

Sexto: após caminhar muito montado no boi, o homem sente afeto pelo animal e resolve caminhar lado a lado com o boi.

Sétimo: após muita caminhada e afeto recíproco, o homem e o boi tornam-se um círculo. INTEGRAÇÃO FINAL.




domingo, 27 de março de 2011

quarta-feira, 9 de março de 2011

uma simbolização, um ritual para o amor

Vejo o ritual, a simbolização como um verdadeiro atalho para dentro de nós mesmos, extremamente poderoso e ainda pouco estudado pela ciência.

Uma simbolização para a conquista amorosa:

de preferência, acenda uma vela, duas rosas vermelhas e pegue um cálice. Escreva seu nome num pedaço de papel e em outro, o nome de seu amado. Coloque um pouco de água neste cálice e as pétalas de uma das rosas vermelhas e coloque a outra em um recipiente com água e ofereça a Afrodite, a deusa da beleza e do amor. Poderá invocar algum santo se você for católica.
Faça o pedido e nunca esqueça da recomendação: se for para nosso crescimento e felicidade...
Guarde este cálice com seu conteúdo, para refazer o pedido no dia seguinte. Repetir o ritual por sete dias e se ainda não funcionou, refaça o ritual.


Sobre alguns significados:
do cálice: o cálice é até hoje usado nos rituais da igreja católica. Simboliza o tão falado GRAAL.
Por ser um vaso fechado, o cálice é continente para seus desejos. É um vaso fechado, o que simboliza o crescimento do ser que o utiliza, pois deixou para trás a qualidade de vasado típica do adolescente, incapaz de conter seus conteúdos, "derramando-se", "vasando" para quaquer um seus desejos e segredos mais íntimos, incapaz de contê-los para que possam, dentro do vaso alquímico, fermentar e crescer seus desejos e sua personalidade. Esta capacidade de conter seus desejos potencializa os mesmos.

As rosas: simbolizam AFRODITE. Se você se interessar, procure neste blog sobre a deusa do amor e da beleza. A água é o diluente universal e representa a umidade do próprio amor, do ato amoroso.

O que pode acontecer é que durante os rituais, pela frequência e repetição de seu pedido, ele seja analisado em suas profundezas e você reconheça que o encontro de vocês não trará crescimento e felicidade a ninguém e você pode até, nestas ocasiôes, se interessar por outra pessoa.

BOA SORTE, AMIGA!!!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

OLABIRINTO E O MINOTAURO DE CADA UM

Um pouco de Mitologia


Quase todas as sociedades relatam como o mundo, as pessoas, os animais foram criados. Os mitos sobre a criação falam de um criador que organiza o universo em batalhas incessantes entre a ordem e o caos, entre a luz e a sombra... entre o consciente e o inconsciente.

TESEU E O MINOTAURO

O Rei de Creta, Minos, mantinha o Minotauro , um monstro devorador de homens com cabeça de touro e o corpo como o dos homens. O Minotauro ficava no centro do Labirinto de Creta, ao lado do palácio em Cnossos.
Minos obrigava o povo de Atenas a cada nove anos a entregar 14 jovens para alimentar a besta. O filho do rei Egeu não pode impedir que seu filho Teseu realizasse seu plano de matar o Minotauro e partiu para Creta, para servir de alimento ou matar o Minotauro.
Em Creta, Teseu conheceu Ariadne. Apaixonada por Teseu, deu a ele um novelo para que encontrasse a saída do labirinto e retornasse de lá para casar com ela.
Teseu amarrou uma ponta do fio na entrada do labirinto. Dentro do labirinto, encontrou o Minotauro e matou o monstro. Pegando o fio que lhe dera Ariadne, juntamente com os outros jovens, Teseu consegue sair do labirinto e voltou para casa com Ariadne.
Qual o significado da historinha? É só uma historinha?
Comparo com nossas vidas e penso que o labirinto é o que desconhecemos em nós mesmos, nosso inconsciente. Cada um encontra um monstro assustador a dominar dentro de si. Uma das faces do nosso monstro é o desconhecido que dentro de nós, nos domina.
Cada um de nós tem seu próprio labirinto, seu próprio Minotauro para dominar. É o desafio de cada um e não é fácil para ninguém encontrar com seu próprio monstro.
Mas Teseu fez um VÍNCULO com Ariadne (amor) e ela entrega a ele um FIO que vai marcar o caminho de volta, o fio, o cordão umbelical que levará Teseu à luz (=consciência). Os nossos vínculos afetivos nos trazem de volta à consciência. São a garantia de que quando o inconsciente nos dominar, nossos afetos nos trarão de volta à luz.