domingo, 16 de setembro de 2012

ALQUIMIA

A cada dia fico mais convencida de que a alquimia é um caminho muito rico para atingirmos o SELF. O caminho que tenho percorrido e que venho compartilhando através deste blog é absolutamente intuitivo e desprovido de qualquer intenção maior além de tentar dividir a experiência vivida intensamente. Lendo um texto de Schwartz Salant, famoso junguiando, consigo agora explicar algo que não conseguia expressar até aqui. Ele revela que a experiência alquímica nas relações humanas cria um "campo", semelhante a um campo magnético, onde qualquer mudança no movimento molecular a partir de um ponto, provoca mudança no campo inteiro. Serve de apoio, a emu ver, para uma simbolização que adaptei de um livro de uma xamã que tenho usado e indicado sempre e acrescentado mudanças na experiência. Em resumo, esta experiência se refere a você, representado por uma vareta qualquer e que você segura, amarra um fio e na outra extremidade amarra o objeto para com o qual você deseja transformar seus sentimentos e reações em sua relação interna ou externa. Exemplificando com o modelo dado pela xamã em seu livro: a jornalista que escreveu um livro sobre uma comunidade indígena da fronteira entre os Estados Unidos e Canadá, após concluir o livro sobre sua experiência vivida entre elas, após a publicação, volta à comunidade para apresentá-lo às sábias e antigas mulheres. A mais velha então, recomenda para que a jornalista amarre fitas em seu livro e deixe-o assim, amarrado com fitas que ficam com as pontas livres e que voam contra o vento para que o vento leve o livro, seu conteúdo e o desprenda da autora como um filho deve se desprender de sua mãe, com o corte do cordão umbelical, ficando livre para poder crescer. Enquanto a autora estiver presa ao livro, ele não conseguirá crescer. Acho uma metáfora belíssima e resolvi usá-la para desprender-me de coisas e vínculos interpessoais que estejam me prendendo à minha própria sânsara. Quando adotei esta simbolização como uma forma de minha alquimia muito rudimentar, na qual busco sempre resentações extremamente primitivas para meu processo de crescimento, confesso que minha vida tem passado por um processo de transformação muito rico e lindo! Como construi meu processo, a partir do que li no livro de Lyn Andrews: Uso duas varetas: com uma represento a mim mesma e condicionei-me a manipular tal vareta com a mão esquerda. Amarro nesta vareta um fio qualquer e na outra extremidade amarro a outra vareta, representando o objeto com o qual desejo atingir a transformação. Pode ser um objeto qualquer (uma casa da qual quero me desprender para vender, por exemplo) ou uma pessoa, cujo vínculo que nos une está passando por um desgaste indesejável, com características obecessiva e carregada de ressentimento. Uso alguma coisa em baixo que possa receber o material para que possa ser queimado. Tenho um velho caldeirão de ferro que é muito próximo da imagem de um caldeirão de bruxas de meu quadro imagético. Apoio a fita nas bordas do caldeirão ficando a vareta que me representa à minha esquerda e a outra à direita. Queimo então o meio da fita, desejando que o fogo rompa esta face indesejável deste vínculo, e que o fogo, que depois queimará o conjunto que utilizei transforme, através da combustão, este vínculo e que faça uma catarse libertando este conjunto para que fique apenas o que é bom deste vínculo. Até há poucos dias, pendurava o outro numa árvore para que ele fosse com o vento libertado e fosse feliz em seu percurso. Por alguma mudança intuitiva, resolvi queimar o conjunto todo: a vareta que me representa com o resto da fio que fica após a queima que separou as varetas e a vareta que representa o outro com seu resto de fio que representa o resto deste vínculo indesejável que quero trasnformar. Conclui, nesta mudança, que o fogo deve nos trasnformar: a mim mesma e ao outro, juntmente com nossos fios para que possamos crescer e evoluir. Tenho gostado do resultado e recomendo, mas sempre lembrando que cada um de nós tem seu mestre próprio e deverá fazer da forma que lhe for mais confortável e prazerosa. Em termos físicos, embora seja uma analfabeta confessa em tudo, tanto em alquimia quanto em física, mas já com a independência de quem acha que já viveu o bastante para validar suas próprias escolhas e até compartilhá-las, penso que o movimento molecular que for modificado a partir e dentro de mim mesma, causará com certeza uma mudança neste "campo" existente entre mim e o outro e todos seremos atingidos, mesmo o que estiver no entorno e fora deste "campo". Acho importante o uso de ferramentas que se fixem dentro destes rituais: utilizo sempre o mesmo caldeirão, por exemplo, quando vou utilizar o fogo como meio para a catárse. Dentro do processo alquímico o fogo (combustão) é o primeiro passo para transformar meu metal não-nobre em "ouro", o ouro alquímico, que é o caminho dentro de cada um para atingir a libertação da sânsara que aprisiona cada um de nós. É o caminho de cada um para a iluminação. A humanidade tem necessidade dos ritos para crescer. Os ritos são como ícones de um computador que abre o link desejado, metaforizando com a nova linguagem dos homens. Atingimos melhor áreas primitivas do cérebro com os ritos do que com a palavra, porque eles são muito anteriores à palavra porque são arquétipos. Sobre o FIO: O fio utilizado no ritual, penso, remete ao fio de Ariadne, da Mitologia Grega. Vou fazer uma busca neste blog para republicar este mito, sobre o qual acho que já fiz citação. É um mito lindo e muito importante que mostra que o fio de Ariadne é o fio que nos mantém sãos durante nossa viagem por nossos labirintos (inconsciente) quando vamos ao encontro do nosso MINOTAURO pessoal.

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